sexta-feira, 14 de junho de 2019

Rituais…


As práticas rituais são ancestrais a todos as vias esotérico-religiosas, e no caso da Maçonaria serve também esta prática para treinar, educar, informar e nivelar todos os maçons quando o mesmo é realizado...
- Todos, de forma una, o executam, e sempre da mesma forma, como tal deve ele ser cumprido.-

Na Maçonaria moderna, ou como se usa designar, na Maçonaria especulativa, existem vários rituais, nomeadamente rituais específicos para cada grau ou cerimónia realizada bem como no entanto para cada Rito praticado.

Sendo que numa mesma Obediência ou Potência Maçónica poderem existir vários Ritos a serem praticados pelas Lojas nelas federadas, mas sempre com a ressalva de que cada Respeitável Loja apenas seguirá em exclusivo um único Rito.
Como exemplos de Ritos existentes na Maçonaria posso citar o Rito Escocês Retificado, o Rito Escocês Antigo e Aceite, o Rito de York, Rito Moderno, entre outros...

Cada Rito terá os seus rituais próprios, nem sempre diferentes entre si mas com as suas especificas particularidades, mas algo que cada maçom conseguirá denotar e paralelizar  face ao seu Rito e  rituais praticados na sua Respeitável Loja; e como exemplos de rituais celebrados posso dizer que para cada grau existe um ritual de Abertura e Encerramento de Trabalhos, existe um ritual de Lembrança, outro ritual para Filiação/Regularização de obreiros e também aqueles rituais que se consideram como sendo dos mais importantes na vida de um maçom,  ou seja, os rituais de Iniciação,  e de subida de graus, nomeadamente a Passagem a Companheiro e a Elevação a Mestre Maçom ...

Quando alguém é iniciado na Maçonaria, logo nos momentos seguintes, é informado que no Ritual se encontra tudo. E um facto é que lá está mesmo tudo!

É natural que quem entra, e até mesmo quem pouco tempo tem ainda como iniciado na Augusta Ordem, estranhará sempre esta afirmação...

O Ritual físico e em papel tem um tamanho diminuto face ao que é expectável para quem entra ou recentemente foi recebido.  Logicamente estarão à procura de grandes e mirabolantes segredos e maçudos exemplares encadernados...

- Nada de mais longe da realidade! –

Mesmo maçons com vários anos de pertença à Ordem, cada vez que consultam o seu ritual ou o praticam, conseguem sempre encontrar algum pormenor que até ali lhes escapava ou o passam então a interpretar de forma diferente, fruto do estudo ou da interpretação que alguém com eles partilhou.

O estudo e prática ritual é um dever de cada maçom e faz parte integrante da sua caminhada na Ordem, e conhecer bem o ritual que a sua Respeitável Loja pratica é uma obrigação, num sentido positivo, de todos os maçons.

Posto isto, resta terminar dizendo que a cada Rito, os seus Rituais...
Nem sempre diferentes, mas com práticas que também não são iguais...

Cada maçom o executará da melhor forma que souber, sabendo que no mesmo momento e noutra parte do globo, outro maçom o estará a realizar em simultâneo…

Esta é uma das grandiosidades da Maçonaria e que a mesma apenas pode ser reconhecida face ao cumprimento dos seus rituais…

Agora apenas resta…ritualizar…

sexta-feira, 31 de maio de 2019

Para ver (19)... "Portugal Culto e Oculto - A Maçonaria"



Hoje a sugestão que faço é o visionamento deste documentário sobre a Maçonaria.

Sendo produzido e realizado em português, foi televisionado na televisão estatal, no canal RTP2, sendo o mesmo parte integrante de um conjunto de programas elaborados no âmbito do Esoterismo e Ciências Ocultas...

O autor e apresentador dos programas e documentários é o conhecido historiador João Rodil, figura bem conhecida no meio...

Este é um documentário interessante de se ver sobre a Augusta Ordem Maçónica, apesar de sendo ele produzido para ser visionado tanto por profanos como por Iniciados, o mesmo peca da mesma forma que todos os documentários do género quando são produzidos para grandes massas de espectadores, ou seja, existe sempre alguma efabulação do tema em apreço. Retirando este apontamento, vale a pena assistir na íntegra...

E como o fim-de-semana está à porta... 

sexta-feira, 17 de maio de 2019

"Clientelismos na Maçonaria"...


Muito se fala do clientelismo na Maçonaria.

Não compete à Maçonaria enquanto instituição fraternal e universal, arranjar empregos aos seus membros. Ela não é uma agência de empregos! Nem isso faz sequer parte das suas obrigações sociais.

Quem busca arranjar emprego, não deve sequer entrar na Maçonaria. Ela não funciona como agência de emprego para ninguém. Apenas vai perder seu tempo e o tempo dos demais.

O que poderá acontecer eventualmente (suponho eu), é que na rede de contactos de um maçom, e porque da Maçonaria fazem parte integrante vários empresários, profissionais liberais entre outros…, seja natural que fora portas do Templo e nas suas relações pessoais, os maçons troquem contactos e ideias entre eles. Mas o que fazem fora do templo, à Maçonaria não diz respeito directamente como instituição, apenas poderá dizer respeito a título institucional, se o que se passar entre maçons for desrespeitoso, que ofenda as regras/mandamentos da Maçonaria ou que ponha a sua imagem em causa perante o público em geral.

Se algum maçom arranjar trabalho a um irmão seu, deve ser exclusivamente pela sua competência e conhecimentos (sabedoria) em relação ao cargo/função no qual é contratado. Até porque uma má contratação/ erro de casting pode custar caro à sua empresa.

Quando se acusa a Maçonaria de clientelismo, a maior parte das vezes os seus detractores esquecem-se do que são “relações de amizade”. Passo a explicar.

Se um qualquer empresário tiver um amigo a necessitar de trabalho por este se encontrar desempregado, e se estiver ao seu alcance, normalmente tentará arranjar um trabalho ao seu amigo, que o possa sustentar e que mitigue o seu “sofrimento”. É usual isso acontecer e numa sociedade como a portuguesa, a esse chico espertismo, é habitual o pessoal até fechar os olhos e inclusive a maioria das vezes até achar por bem que isso aconteça.

Uma contratação, deve ser sempre bem ponderada, seja de um maçom, de um amigo ou outra pessoa qualquer. Porque o risco a correr é enorme. E se for a contratação de um maçom, esse risco ainda será maior, pois a carga negativa indevidamente associada à Maçonaria estará sempre com uma sombra presente nessa contratação. 
E se porventura essa contratação for acertada, exalta-se a pessoa (e não o maçom); mas, se essa contratação se demonstrar errada, nesse caso, o que ressaltará é o facto de o contratado ser maçom e não o facto de se ter revelado como impróprio para a função contratada.

Então porquê, se os intervenientes nesse caso forem maçons a crítica persistirá?

Se os contratados forem profanos, tudo bem. Mas se forem maçons cai o carmo e a trindade.

Pois, mas isso é o que não se deve passar. Ou se é íntegro para tudo ou então de nada vale ser faccioso e criticar apenas o que interessa criticar na Maçonaria.

Sintetizando, se alguém se quiser fazer parte dos mistérios da Arte Real, mas apenas com o intuito de arranjar trabalho, então o melhor a fazer é se dirigir a uma agência de emprego. Tanto poupa tempo e dinheiro a ele próprio bem como à Ordem Maçónica.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

"Erguido"...

Ergue-te!
Pois deslumbrado ficas se adormecido permaneceres...

Faz, não por ti, nem para Glória tua, 
mas por Ele, e p'los outros...

O teu Caminho na Virtude residirá... 
Para todo O sempre...

Pois temprano e mal-grado seria, 
senão desta forma, não, o fosse!

Mal desabrochaste e o Mundo desejas...

No seio de gente livre e madura, 
foste acolhido e formado. 

No nível, te encontraste...

São é o pensamento que te conduz
 nessa massa que forma a matéria que te envolve...

E  mesmo que a carne se (te) despregue dos ossos, 
apenas perseverando, Mestre  (O) serás...

Por isso, levanta-te e faz!
Pois nada mais se espera de Ti!

Cumpre, 
o que outros (antes) ambicionaram!

Mas apenas o alcançarás,
se te encontrares...

Erguido!!!

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Para ver (18)...


Para sugestão de hoje, deixo-Vos o documentário "Decifrando o Passado - As Origens" sobre a Maçonaria.

Tem algum interesse histórico ao abordar certas partes da História da Maçonaria, partes essas que não irei mencionar, para que possa despertar a Vossa curiosidade e para que dessa forma possam assim visionar este documentário.

Importa salientar também que é um documentário feito para ser televisionado, logo algo um pouco "comercial" também...

Para quem é Iniciado, é de interesse relativo... 
Para quem não o é, poderá ajudar na sua procura de conhecimento sobre esta Augusta Ordem.
Tanto uns como outros, não darão como perdido o seu tempo....


sexta-feira, 22 de março de 2019

Sugestão Literária (20)...



Hoje o livro alvo da minha referência e sugestão literária vai para a obra "O Templário d'el Rei" do meu estimado amigo, António Balcão Vicente.

Esta obra configura-se no género literário dos romances históricos.

Nele o autor aborda as confrarias da pedra, o Joaquinismo, a Idade do Espírito Santo e o advento do Paracleto, os ensinamentos de Arnaldo de Villanova, as ideias hereges do Catarismo, mas falando principalmente de Fraternidade e Ecumenismo.

Ao mesmo tempo este livro tem como actores, figuras como cavaleiros templários, várias personagens do Clero e de Ordens Monásticas, da realeza e da nobreza contemporâneas à época referenciada nesta obra literária que deambula pelo período decorrido de 1269 a 1287.

Uma estória interessante que se desenrola dentro da própria História abordada e vivida pelas personagens do livro nos Reinos do nosso país vizinho, na "Hispânia" de então, para terminar o seu enredo já nas lusas terras de D. Dinis.

Deste modo, quem se interessa pela história de Portugal e Espanha durante a Idade Média terá aqui uma boa oportunidade para conhecer um pouco melhor sobre os usos e costumes dos povos desse tempo, para além do que ao Templarismo e Quinto Império é abordado.

O Autor está de parabéns pelas reflexões que me foram provocadas pela leitura deste livro.
De facto, a não perder...

ISBN: 9789898092885

sexta-feira, 1 de março de 2019

Secretário Local para Portugal do "Quatuor Coronati Correspondence Circle"...


No início do passado mês de Fevereiro fui indigitado como Secretário Local para Portugal do “QuatuorCoronati Correspondence Circle”, substituindo o anterior Secretário Local, recentemente falecido, e que era alguém cujo labor profícuo em prol da Maçonaria e o elevado sentido fraterno que por todos sentia e fazia questão de fortalecer, o meu/nosso muito estimado Irmão Luís Cardoso.

 – Fica aqui expressa a minha homenagem a alguém que muito fez pela Maçonaria em Portugal! -.

O “Quatuor Coronati Correspondence Circle” ou “Círculo de Correspondentes da Quatuor Coronati” como se diz em português, é um círculo de subscritores das publicações efectuadas pela “Quatuor Coronati nº2076 Lodge”, filiada na Grande Loja Unida de Inglaterra (UGLE).

A Loja Quatuor Coronati nº2076” é a primeira Loja de Investigação do mundo, tendo sido estabelecida em 1884 e consagrada em 1886; esta a loja pauta-se por uma abordagem baseada em evidências do estudo da história da Maçonaria e pesquisa das suas origens. Ficou então conhecida, tal como ainda o é hoje, como “a escola autêntica”.

A Loja” Quatuor Coronati nº2076” partilha os seus trabalhos e proporciona apoio internacional aos pesquisadores maçónicos através do Círculo de Correspondência QC (QC Correspondence Circle – ‘QCCC’), há mais de um século, e organiza encontros de leituras cinco vezes por ano no Freemason’s Hall em Londres, nos quais todos os membros do QCCC são bem-vindos. Para além disso, o QCCC” organiza também várias conferências e simpósios sobre os múltiplos aspectos da Maçonaria.

São publicadas as suas leituras, documentos de pesquisas e “notas & perguntas” anualmente na " ARS QUATUOR CORONATORUM", “AQC”, as Transacções da Loja, que é distribuída mundialmente a todos os membros da "QCCC" e bibliotecas, onde se encontram disponibilizados vários trabalhos raros e valiosos sobre a Maçonaria.

Adicionalmente, é permitido aos membros usarem a sua gravata, pin, botões de punho e jóia peitoral, obter descontos e ter prioridade de marcação para acesso às suas conferências e eventos.

Se for o seu desejo envolver-se nas actividades da Loja “Quatuor Coronati nº2076”, o primeiro passo será aderir ao "QCCC", que está aberto a todos aqueles interessados na investigação maçónica. 
Para  faze-lo basta seguir este link: Susbrição.

A subscrição da "QCCC" é válida por um ano, de 1 de Dezembro a 30 de Novembro do ano seguinte e tem um custo actual de £38,00 para Portugal, cerca de 43 euros.


Não é necessária a pertença a qualquer Obediência Maçónica, qualquer pessoa pode aderir, embora somente Maçons membros de Obediências reconhecidas pela Grande Loja Unida de Inglaterra possam participar nos encontros da nossa Loja; sendo possível também Lojas ou Instituições aderirem, dado existir um plano de subscrição institucional que está também aberto a bibliotecas académicas bem como a Lojas.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Por este Caminho...


O Caminho, este carreiro sinuoso que diante de nós 
se apresenta, sem ter sido (sequer) chamado,
mas não por nós recusado, repleto de altos e baixos,
tal como a sinusoidal linha da Vida,
(o) será (in)conscientemente completado.

Caminho este feito de partidas e chegadas, 
repleto de andanças e debandadas...
Em que para entrar temos de, primeiro, sair,
numa amplitude de movimentos que sigam
de fora para (nós a)dentro...
Porque somente dessa forma conseguiremos
exteriorizar o que (nos) vai no nosso íntimo...

Esta é uma Via tal em que para caminhar
temos de nos erguer,
pois somente de pé e completamente à ordem,
poderemos vislumbrar o que existe para lá
do que a nossa vista alcança.

Observar não é ver...
Caminhar não é andar...
Estarmos de pé não é o mesmo que nos
encontrarmos erguidos...

Cada um fará a escolha que lhe aprouver...
É livre para tal escolha!
Mesmo que (in)consequente, ela será sempre voluntária!

Já que cada percurso é um diferente caminho,
tomado por cada um e por uma diferente estrada, 
cada qual com o seu ponto de partida
e com a sua pessoal meta;
apenas cruzando outros caminhos,
também estes com as suas curvas e contracurvas;
enquanto Uns vêm e Outros vão,
e nós circulando pelas triangulaturas
das quadrículas dos entremeios...

De (várias) tonalidades cinzas ele é decorado, pois
nem tudo é (ou pode ser...) preto ou branco.
A sua amplitude e comprimento são extensos demais
para ser tão pouco colorido!

Ouvindo-se a cada passada dada apenas o ruído
emanado pelo silencioso canto dos pássaros;
já que estes nunca abandonam Os que caminham...

E assim se percorre este Caminho...
Que apenas se encontra disponível para 
Quem se queira transpor...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

“De que se trata uma Sessão Maçónica?!”

Os maçons quando se reúnem nos seus Templos, designam essas reuniões como sendo Sessões Maçónicas.

Estas Sessões podem ser ordinárias ou extraordinárias em virtude de as mesmas cumprirem, ou não, a calendarização habitual para esses encontros.

Se for uma sessão convocada pelo Grão-Mestrado, considera-se a mesma como sendo uma sessão de “Grande-Loja”. No entanto, se a sessão for convocada pelo Venerável Mestre da Loja (membro do quadro de obreiros da Respeitável Loja a quem foi confiada a presidência da Loja), esta toma apenas a designação simples de Sessão de “Loja”. Podendo estas terem, ou não, a presença de todos os seus obreiros. 
Refiro isto porque podem ser sessões que englobem os três graus simbólicos da Loja (Aprendiz, Companheiro e Mestre) ou apenas convocadas para apenas um determinado grau e para um determinado fim... Tudo depende do que se pretende fazer nessa Sessão e da sua “Ordem de Trabalhos”.

As sessões maçónicas que irei abordar neste preciso texto serão aquilo que eu entendo e classifico como sendo uma simples - e que por vezes não o é assim tanto! -  “Sessão de Loja”. 

Estas Sessões Maçónicas são convocadas por ordem do Venerável Mestre da Loja e terão participação nelas exclusivamente membros do quadro da Loja ou seus “auxiliares”, podendo também ter a presença de visitantes maçons de outras Respeitáveis Lojas da mesma Obediência ou de Obediências reconhecidas pela Obediência em que esta Respeitável Loja se encontre filiada.

Existe porém, sessões maçónicas em que excepcionalmente poderão comparecer pessoas alheias à Maçonaria ou à Obediência em si. Estas sessões tomam o nome de “Sessão Branca”, dado o carácter que as mesmas terão e em virtude de quem as pode aceder. 
Habitualmente são demonstradas certas componentes da ritualidade empregue nas sessões das Lojas ou algum tipo de palestra, bem como visitas aos Templos onde ocorrem estas sessões...

Uma Sessão Maçónica habitual tem cerca de três momentos distintos ou fases a conhecer:

 Administrativo: Onde é efectuada a parte administrativa da Sessão, nomeadamente a “Chamada de Obreiros”, leitura de Actas e correspondência diversa, para além de ser a parte da sessão onde são tratados os assuntos gerais que tenham a haver com a vida interna da Loja.

 Formativo: Momento em que habitualmente existe formação para obreiros e/ou leitura de Trabalhos ou Pranchas por parte dos membros ou convidados da Loja.

 Ritual: Fase essencial a uma sessão maçónica; e que integra a “Abertura dos Trabalhos, circulação do “Tronco da Viúva” e do "saco das propostas", celebração da “Cadeia de União” e “Encerramento dos Trabalhos” e as demais cerimónias de Iniciação e subidas de Grau...

Em relação à execução da “Cadeia de União”, eu pessoalmente, considero a mesma, mais como sendo um momento espiritual autónomo, e como sendo o pináculo de uma Sessão Maçónica; para além da própria componente ritual que lhe é adstrita. Dado ser na sua execução que mais se espelha a união e amor fraternal que os maçons sentem entre si, comungando de um mesmo espírito agregador; e um momento de tal espiritualidade não se encontra em mais nenhuma das fases que compõem uma sessão maçónica.

E exposto este singelo esclarecimento, ficou desmistificada mais uma das curiosidades que se possam ter quanto ao que se trata no seio de uma Sessão de Loja Maçónica.
O resto apenas se poderá conhecer… Participando na mesma!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

“A Luz (2)…”

Na Maçonaria o conceito de Luz encontra-se presente em permanência.

Já neste espaço fiz uma pequena alusão a ela e agora passado algum tempo volto a este tema ...

De momento não irei proceder a qualquer análise metafisica ou filosófica referente à Luz, mas apenas abordar alguns aspectos desta (Luz) no contexto de uma  Loja Maçónica.

Numa Loja Maçónica existem cerca de 5 tipos ou classificações  referentes à Luz...

Ou seja, a Luz que provém do Grande Arquitecto do Universo, as Luzes Maiores, as Luzes Menores, as Luzes Litúrgicas e as Luzes Fixas, para além da luz que é emanada pelas várias "estrelas" que se encontram espalhadas pelo Templo Maçónico:

·        A Luz provinda da presença no Grande Arquitecto do Universo e representada a Oriente pelo Delta situado acima do Venerável Mestre.

·         As Luzes Maiores da Maçonaria, assim consideradas por todos, são o Esquadro, o Compasso e o Volume da Sagrada Lei.

·        As Luzes Menores, são cargos/ofícios que se praticam em Loja nomeadamente, o Venerável Mestre, o Primeiro Vigilante e o Segundo Vigilante.

·        Já as Luzes Litúrgicas, essas são as luzes, emanadas, das "estrelas", que se acendem (e apagam) durante o decorrer de um determinado momento da celebração de uma sessão maçónica, para além de que elas mesmas são, também, consideradas como os "pilares da Loja", sendo estas a Sabedoria, a Força e a Beleza...
Estas "luzes"encontram-se também representadas nas secretárias dos seus respectivos representantes em Loja.

·       E as Luzes Fixas, estas "luzes" são assim designadas por serem as janelas que se encontram presentes e que figuram no Painel de um determinado Grau maçónico, encontrando-se estas localizadas no Oriente, Sul e Ocidente do respectivo Painel de Loja.

Assim, com alguma simplicidade, abordei sinteticamente o que à Luz, de uma forma mais técnica, num Templo Maçónico lhe concerne. 
Outras reflexões sobre a mesma( Luz) remeto para mais tarde…

sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

" Para escutar" (27)... “Do Ocidente a Oriente” por Fausto Bordalo Dias…


Fausto Bordalo Dias, nome pelo qual é conhecido Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias, canta-autor português; e que apesar de ter sido registado em Vila Franca das Naves, Trancoso, tem a particularidade de nascer a 26 de Novembro de 1948 a bordo do navio “Pátria” que se encontrava em trânsito de Portugal para Angola.

Autor e cantor português, dá primazia à língua nacional nas suas composições líricas, tendo várias delas sido trauteadas de “boca em boca” não só cá pelo nosso “rectângulo” bem como fora das nossas fronteiras.

Em 1987 lança o álbum “Para lá das cordilheiras”, onde desponta o tema que abordo nesta minha publicação de hoje, a canção “Do Ocidente a Oriente”.

Da leitura atenta da letra desta canção, certamente encontraremos pontos de contacto com a vasta simbologia que encerra a Augusta Ordem Maçónica.

Deste modo, deixo aqui abaixo transcrita a letra desta canção, para que cada um faça a sua análise pessoal; pois os símbolos, todos eles terão várias perspectivas e abordagens, dependendo de quem faz a sua análise e do seu ponto-de-vista, as quais, certamente, algumas se encontrarão mais correctas ou próximas da realidade e outras nem tanto, mas cada análise ou estudo serão sempre realizados com o empirismo adequado para tal…

Do Ocidente a Oriente

suavemente levados
sob uma abóbada azul
caminhámos lentamente
p’lo norte ocidente e sul
para ver o sol nascer
e a lua no seu Outono
toda a harmonia é perfeita
nos quatro cantos oblongos
levados p’las mãos de alguém
p’lo sul ocidente e norte
meu bem
-
Vénus enfeita o universo
enfeita-o com toda a beleza
Hércules guarda-o sempre
com toda a força e firmeza
e junto a Minerva repousa
a luz da sabedoria
que letra a letra cinzela
a doce palavra utopia
que de este a oeste provém
como se fosse amanhã
meu bem
-
para lá das cordilheiras
nasce o sol de outra nascente
p’lo norte ocidente e sul
chegámos junto ao oriente
e como um segredo profundo
que o saber guarda e segreda
o dia ergueu-se sublime
luz das entranhas da pedra
e vieram todos os sonhos
todas as raças e credos
chegaram todos iguais
mas sendo isto mistério
chegou-se a noite também
chegou tão calma e serena
que o mundo já dorme em paz
meu bem

WebGrafia:
·        Central de Artistas.Pt
·        Discogs.com
·        Casa da Música.com
·        Wikipédia-Pt

PS: Como curiosidade, convido a auscultação desta versão deste tema realizado em 1997 pela Né Ladeiras…

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Festas Felizes 2018...

Hoje, na data em que a noite se sobrepõe ao dia, e na qual se cumpre o Solstício de Inverno no hemisfério norte, e numa época do ano em que algumas religiões celebram as suas maiores festividades, nomeadamente o Hanukkah judaico e o Natal cristão, ambas "festas de Luz", aproveito para fazer os tão habituais votos festivos da época...
Deste modo, que a Paz e o Amor reinem e que a Luz se cumpra... o ano todo!

A Todos Vós, Festas Felizes...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

" Pelo Caminho..."

Da perpendicular ao nível,
e da circunferência à quadratura
vai um longo Caminho...
Cheio de retas que são curvas e
de curvas que já foram retas...

Nele encontramos tantos desníveis que se podem ascender - quais escadas de Jacob essas que diante de nós se apresentam - que apenas estugando o passo se poderá ter Tempo para O poder cumprir.

Através de uma acompanhada solitude, ele espera ser feito,
e não por outrem a não ser nós próprios,
pois fácil seria essa demanda se assim o fosse, para O ser.

Toda a Glória é transitória...
pois do nada, nada provirá!
E somente no Tudo que já foi uno,
se encontrará a Pax que no Caminho é (por nós) tão desejada...

Estranho Caminho este...
Onde o perfeito no imperfeito reina.
Um mundo... em pleno!

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

"Initiatum..."

Nem nu nem vestido,
Com a pele como túnica,
Uma mão no escuro me guia.
Passo a passo avanço…
Perscruto o caminho.

Um turbilhão de sensações me percorre a alma.
Vacilo, sinto algum receio em mim.
O que virá?
O que se seguirá?
O medo do desconhecido está presente.

Barulho…
Muito Barulho…
Um ruído imenso, tenebroso, me atropela a consciência.
Sou trespassado por algo!
O que é isto?!

Apesar do medo, mão amiga me conduz…
Vento, chuva, fogo…
Que tempestade esta?!
A natureza está na sua essência…
Espadas viradas contra mim!

Luz…
Finalmente a Luz 
e aquele abraço forte que me consola a Alma
e me preenche o coração.
Agora sim, fui reconhecido como tal…

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

"Mensagem aos Aprendizes..."

No início das Instruções dadas ao Aprendiz Maçom são lhe colocadas algumas questões genéricas que para além de servirem para telhar um Maçom, servem fundamentalmente para lhe suscitar algumas reflexões.
Questiona-se:

“De onde vimos?”

“O que fazemos por lá?”

“O que vimos então aqui fazer?”

“O que trazemos nós, então?!”

A essas perguntas, eu ainda acrescento estas que me parecem ser ainda mais importantes:

“Quem somos? 

Ou o que somos? 

E porquê!?”

Estas questões para alguém reconhecido como maçom, e que se considere como sendo um Aprendiz para o resto da sua vida, são a chamada "linha de partida" para o Caminho que pretenderá fazer.

São estas dúvidas que servirão de sustentáculo àquilo que procura. Pois serão essas dúvidas que o motivarão a atingir a meta daquilo a que se propõe a cumprir.

Ritualmente todas elas terão resposta; respostas essas que qualquer Aprendiz Maçom conhece desde a sua Iniciação. Mas, na realidade, estas questões que cito nada mais são do que as premissas para a nossa Caminhada na Vida e no mundo em que vivemos.

Apenas nos questionando e questionando o mundo à nossa volta é que poderemos ir mais longe!

Qual a nossa Origem?

Quais os nossos Deveres?

O que poderemos fazer para evoluir, melhorar?

O que poderemos fazer para sermos úteis aos outros?

Na prática, qual a nossa própria Identidade?

Talvez, as "primeiras" questões que abordei sejam apenas, vistas sob um outro "prisma", as mesmas que agora efectuei.

E mesmo dessas "primeiras" questões e/ou até mesmo das "segundas", poderemos encontrar outras que por sua vez nos permitam fazer as reflexões que importam ser feitas.

A este questionamento que aqui faço, por meio destas, aparentemente, simples perguntas, não me atrevo eu a responder. Pois as suas respostas tal como o meio para as obter são parte integrante do Caminho.
Aliás o método maçónico é ele mesmo um processo de questionamentos vários, onde inclusive nos auto-questionamos e salientamos o nosso conhecimento ou a sua ausência, isto é, aquilo que desconhecemos.

- A dúvida foi sempre a base de partida para o Homem poder evoluir! -

Eu já encontrei as minhas respostas. Os outros que tentem obter as deles...

Sei quem sou e porque o sou!

Sei de onde vim e o que por lá faço!

Conheço os meus deveres e obrigações!

E ofereço aquilo que posso oferecer sem nada esperar em troca!

Para mim, estas, já não são dúvidas... Apenas certezas!

E, Meus Queridos Irmãos Aprendizes, vocês que ainda há bem pouco tempo chegaram aqui, não podem ainda assumir saber tudo, pois também nunca o ninguém saberá…; mas estas perguntas que citei, estas dúvidas que alguém vos poderá colocar, testando-vos ou apenas formalizando e cumprindo determinadas ritualidades, estas sim, Meus Queridos Irmãos, estas já tanto vocês as conhecem como desde há algum tempo para cá que as suas respostas as devem praticar, mas principalmente as deverão sentir…

Assim, Meus Queridos Irmãos Aprendizes, espero que quando chegar o momento em que completem o vosso tempo na Coluna do Norte, onde realizam o vosso labor na Oficina de Aprendizes, com o auxílio do malho da vontade e do cinzel da vossa acção, burilando assim as asperezas da vossa pedra bruta, espero eu que as vinte e quatro horas disponíveis na régua do tempo, Vos tenham sido pródigas e auspiciosas, pois o que se esperará no futuro de Vós não será uma demanda fácil, mas também não será uma tarefa hercúlea, pois Vós sois capazes de demonstrar as vossas potencialidades e por isso mesmo conhecemos de antemão o que de Vós esperar.

Neste momento apenas quero felicitar-vos pela vossa jornada até aqui e incentivá-los e motivá-los a irem um pouco mais além.

Serão testados, terão de seguir outros e novos caminhos, ascendendo a patamares que não conhecem por ora, mas que Vos serão muito úteis no vosso futuro e nas vossas demandas…

Para já, não me alongarei mais sobre as vossas tarefas, sobre a vossa busca, sobre o vosso estudo… Deixo isso para mais tarde, para quando nos encontrármo-nos juntos  outra vez, novamente na ” linha de partida”, mas seguindo noutra direcção, rumo ao Sul…

E para tal, Meus Queridos Irmãos Aprendizes, apenas Vos solicito novamente o vosso empenho e o vosso silêncio, pois sem um e o outro nada poderão alcançar. Um dar-vos-á a coragem e embalo em prosseguir; o outro, a serenidade para que possam observar e escutar, mas principalmente sentir o que vos rodeia.

Por isso, Meus Queridos Irmãos, digo-Vos: “Até Já!”

E que rumemos a Midi...

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

"Maçonaria tóxica"...

Naturalmente que quem ler o título da publicação de hoje por certo ficará reticente com o que poderá encontrar nela pelo facto da afirmação escrita por mim ser um tanto forte. Mas desengane-se o leitor, uma vez que, aquilo que o título poderá encerrar não será na verdade o mais correto, apesar de ser uma assumpção que para alguns detractores da Ordem Maçónica seria o quanto bastaria um maçom fazer para que todas as opiniões e ideias que têm da Maçonaria serem as "verdadeiras". O que não é o que pretendo com a afirmação que fiz nem é a constatação da realidade em que vivemos.

Quando eu falo em Maçonaria “tóxica” naturalmente que não posso afirmar tal sobre uma tão proba e augusta Ordem como o é na realidade a Maçonaria. Abordo sim, os seus elementos, os maçons. Pois uma coisa é a Instituição Maçónica em si, outra coisa totalmente diferente são os membros que a compõem; Homens com as suas virtudes - e que na sua larga maioria é gente que as tenta enaltecer e potenciar-,  mas também com os seus defeitos próprios e naturais. O que importa realmente é o que fazer com estes últimos que citei…

Todavia, não querendo eu efectuar uma análise extensiva sobre o assunto em si mas apenas abordando a toxicidade existente na Maçonaria num sentido lato, quero eu dizer e reafirmando o que atrás disse, a Maçonaria nunca poderá ser tóxica na sua vivência nem na sua praxis, mas antes sim, os seus membros. E esta sua  toxicidade - dos seus obreiros - apenas poderá porvir do seu carácter, da sua conduta, da sua forma de viver e estar…

Parece que fiz uma afirmação austera demais e inglória?!

Não!

Disse apenas o que se pode constatar na realidade.

Se a Maçonaria é formada por pessoas com vários caracteres e feitios, existem os “bons maçons” mas infelizmente também, existem aqueles maçons cuja forma de estar intoxica a Ordem que os acolheu e que em última instância acabarão por (tentar) intoxicar os demais. 

Quando falo em maçons “tóxicos”, estes são aqueles maçons que não trabalham em prol da Ordem, não aprendem nem desejam aprender, nem estão sequer motivados para tal; não se comprometendo com nada e se o fazem, fazem-no por "obrigação" e os resultados dessas acções serão por demais evidentes; não praticam os ensinamentos ou os ideais da Maçonaria tanto na sua vida pública como no seu foro privado, que se abstêm de comparecer nas sessões ordinárias da sua Respeitável Loja; que a sua conduta é diferente daquilo que dela tanto propalam, mas que também para além disso, nas suas condutas profanas geralmente são pessoas que envenenam as suas relações profissionais, familiares e fraternais - isto, se as tiverem (!) - E se os há…

Uns sentem-se tão cheios de si, empertigados pelos seus “pedestais” e “medalhas”, outros falando por boca alheia sem meditar no que estão a dizer, cedendo o seu melhor bem que é o seu “pensamento” a outrem, preferindo ser instrumentalizados como “marionetas”  a bel-prazer de quem melhor possa atribuir encómios à sua pessoa ou até mesmo se submeterem a aqueles a quem possam retirar qualquer tipo de benefício ou dividendo para si próprios, manipulando a longa lista de contactos a que podem ter acesso pelo simples facto de terem entrado numa Ordem universal e com elevado número de membros.
Estes serão aqueles que geralmente se diz que "entraram na Maçonaria, mas que ela nunca entrou neles..." Os tais afamados "erros de casting"!

Mas apesar destas situações que confirmo a sua existência – nada que não seja natural nas várias instituições ou grupos sociais que o Homem integre; a Maçonaria é o “espelho” da sociedade em que se insere (!) – “não podemos tomar o todo por alguns” e a maioria suplanta amplamente esses poucos que o tempo sempre se encarrega de extirpar – quais cancros sociais – e são esses - a maioria - que no fundo fazem e refazem as instituições por onde passam, limpando e renovando a imagem que por vezes se torna imunda, pelas atitudes que de lés-a-lés são tornadas públicas, por gente que, talvez, nunca deveria ter sido cooptada pela Ordem.

O que se pode concluir é que a toxicidade existente na Maçonaria não é uma toxicidade "química" mas antes um certo tipo de toxicidade social e comportamental de uma parte ínfima dos seus obreiros.
E que estas pessoas que intoxicam a Instituição Maçónica acabam por dar algum eco razão aos detractores da Ordem, pois não poderemos nós nunca olvidar que os maiores inimigos da Maçonaria são e serão sempre os Maçons, disso tenho eu a certeza .
E o que fazer com estes “seres tóxicos” que deambulam por uma tão Augusta Ordem?

Dar-lhes “corda” suficiente para se “enforcarem”?

Entregar-lhes o “combustível” e o “detonador” necessário para se “queimarem”?

Deixá-los "caminhar até à ponta do precipício e incitá-los a saltar"?

Ou tentar  lhes demonstrar que o caminho que por ora seguem é um caminho para o “abismo”, possivelmente sem retorno, e que se tomado de forma inadvertida ainda poderá ter regresso ao trilho correto?

Algumas vezes pensei que a última sugestão/possibilidade seria a mais certa. Mas hoje em dia começo a ficar titubeante com a decisão a tomar. Se devo tomar a decisão que se suporia como sendo a mais correta ou se aquela que melhor me servirá…

De facto todos na nossa vida pessoal e em situações extremas, temos sempre uma atitude de “sobrevivência” e por isso mesmo temos a tendência de olharmos para o nosso “umbigo” e esquecer por breves instantes o bem comum. - O que não deveria acontecer, mas como humanos que somos, tal é sempre mais forte. Não podemos negar a nossa natureza e existência animal ! -.

Queira eu por isso e principalmente com o auxílio do Grande Arquitecto, com a sua Luz e Sabedoria, tomar sempre as melhores decisões que possa tomar em qualquer momento e agir de forma a que os meus pares, principalmente os que me reconhecem e que eu reconheço como tal - eles saberão por certo quem serão - nunca se sintam envergonhados pela minha conduta, seja esta demonstrada através de ações, omissões e/ou palavras... Porque se por vezes é necessário se falar e muito dizer (nem que seja para criar certo "ruído de fundo"), noutras situações será preferível não o fazer sequer.
Aliás sempre retive para mim que o "poder" do silêncio reside não quando nada se diz, por nada se ter para falar; mas antes sim, quanto muito temos para dizer e preferimos conscientemente nos manter calados...

Quanto aos seres tóxicos que por aí deambulam, esses, terão de fazer por eles…
Até porque se afirmam que também nem sabem ler nem escrever, alguns até mesmo dificilmente conseguiriam soletrar... até mesmo a sua língua materna!

PS: Escrito e publicado por mim originalmente aqui.